sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Navegação com icebergs durante passeio Rio de Hielo - El Calafate - Dia 6 - Argentina

Dia 6 - 4 de Setembro

A van da agência Hielos e Aventura nos buscou no Apart Hotel às 7:30h. O sol ainda nem tinha nascido. Fomos levados até Punta Bandera, que fica a quase 50km de El Calafate. Durante o caminho de aproximadamente 1 hora, ficamos contemplando o nascer do sol. 

Punta Bandera é um pequeno porto no Lago Argentino, onde embarcamos num catamarã para fazer o passeio Navegação Rios de Hielo, que acontece dentro do Parque Nacional Los Glaciares. O passeio passa por icebergs e glaciares, uma experiência super diferente.


Porto de Punta Banderas

O barco é bem confortável e acho que por ser inverno (início de Setembro), não estava tão cheio. Como as águas do Lago Argentino são calmas, o barco não balança muito. Dentro do barco tem calefação e uma cafeteria, o que é excelente contando que o passeio dura praticamente o dia todo, contando com o traslado. A dica é levar uma mochila cheia de lanches, se não quiser depender da lanchonete do barco. Inclusive, algumas panificadoras e mercados preparam lanches exclusivos, como sanduiches para levar nesses passeios. Super prático!!


O dia estava lindo, o céu azul e a água do Lago Argentino estava com aquela coloração azul turquesa, típica do degelo das montanhas. Embora dentro do barco estivesse bem confortável, queríamos ver os icebergs sem um vidro na nossa frente e por isso, ficamos a maior parte do tempo fora do barco.


Apesar do frio, o passeio de fora do barco foi muito divertido

Sentimos o poder do vento patagônico na pele. O vento era tão intenso que espremia lágrimas dos nossos olhos pela sua intensidade. Mas querem saber? Diante de tanta beleza, o vento e frio era o que menos importava naquele momento. 


De qualquer forma, vale se agasalhar bem e levar uma boa touca para proteger cabeça e ouvidos do frio e vento.

A paisagem é linda. A primira parada é o GlaciarUpsala. Quanto mais o barco se aproximava do Glaciar, mais icebergs conseguiamos ver no lago. Eles começam bem pequenos, provocando euforia nos turistas do barco que nem imaginam que irão ver enormes desprendimentos de gelo, das mais surpreendentes formas e tonalidades.


Iceberg no Lago Argentino, com arco-íris ao fundo
Desprendimento de gelo enorme do Glaciar Upsala

Quando o barco se aproxima de um iceberg, os turistas corriam para tentar pegar o melhor ângulo, em busca da melhor foto... Muita calma nessa hora. Não precisa se desesperar toda vez que enxergar um iceberg. O barco chega bem perto deles e vai girando, de forma que todas as pessoas possam enxergar e fotografar.

O Glaciar Upsala vimos apenas de mais longe. O barco não pode se aproximar tanto, pois o mar agitado pelas hélices forma ondas que podem desprender enormes blocos de gelo do glaciar, o que pode ser bem perigoso.  

Glaciar Upsala


Depois do Glaciar Upsala, o barco vai até o Glaciar Spegazzini, que é o mais alto do Parque Nacional Los Glaciares, com 135 metros de altura. Ele é surpreendente e vai ficando cada vez maior à medida que o barco se aproxima. E quanto mais chegamos perto dele, mais começa a ventar e esfriar. A imensidão e altura desse glaciar é inacreditável. Simplesmente fascinante! Não existem fotos para descrever a imensidão do Glaciar. Tudo parece minúsculo perto dele. 


Glaciar Spegazzini

Como falei antes, é um passeio demorado e relativamente caro, mas vale cada centavo. Nos sentimos como crianças, sorrisos estampados no rosto diante da magnitude e beleza desse passeio.

Na volta, a van nos deixou no centro de El Calafate, e locamos um carro pela Álamo. Queríamos ter um pouco mais de flexibilidade nos próximos dias. A nossa intenção também era atravessar a fronteira da Argentina com o Chile para visitar Torres del Paine, e para isso era necessário uma documentação especial para o veículo, que demorou um pouco para ficar pronta.

Enquanto isso, passeamos pelo centro de El Caafate, que tem lojas com vitrines em madeira, bem rusticas. Entramos em algumas lojinhas, tomamos sorvete na Ovejitas de la Patagônia, que vende chocolates artesanais e ainda funciona como cafeteria e sorveteria. Gostamos tanto que durante nossa visita a El Calafate, voltamos umas 3 ou 4 vezes para tomar sorvete lá.


Lojinhas de souvernirs
Vitrines rústicas do centro de El Calafate

Depois já com o carro, demos uma longa volta pela cidade toda. Percorremos os bairros, a orla do Lago Argentino e paramos em um playground para distração do Gabriel.


Pôr do sol no Lago Argentino


Playground todo em madeira para diversão da criançada

Jantamos no Restaurante Le Letchuza Pizzas, localizado bem no centro. Pedimos uma pizza que estava bem gostosa. O restaurante também funciona como uma casa de câmbio, reconhecida por ter a melhor cotação em El Calafate.

E assim terminou nosso dia. Fomos dormir relembrando o nosso dia e ansiosos por conhecer o Glaciar Perito Moreno, no dia seguinte.

Já leu os outros posts sobre a Patagônia? Acesse aqui:

Ushuaia - Dia 1 - Argentina
Ushuaia - Dia 2 - Argentina
Ushuaia - Dia 3 - Argentina
Ushuaia - Dia 4 - Argentina
De Ushuaia para El Calafate - Dia 5 - Argentina

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Esqui no Glaciar Martial - De Ushuaia para El Calafate - Dia 5 - Argentina

Dia 5 - 3 de Setembro

Nosso vôo para El Calafate saía às 16:05 e ainda queríamos aproveitar muito bem a última manhã em Ushuaia. 

Acordamos bem cedo, pegamos nosso carro e dirigimos até o Glaciar Martial. Quase não subimos a montanha com o carro, pois a estrada estava puro gelo. Mas com bastante cuidado e com os nervos à flor da pele, chegamos lá antes mesmo de abrirem. 

Ponto negativo para nós, que não olhamos o horário de abertura. Para resumir, ficamos quase 1 hora esperando dentro do carro, pois o Glaciar Martial ainda estava fechado. 

Queríamos subir até o topo para apreciar a vista, mas havia nevado bastante durante a noite e o teleférico não estava funcionando. 

Como somos corajosos, resolvemos subir a pé mesmo. Com muito esforço, conseguimos chegar apenas até a metade pois a subidona é bem íngreme e afundávamos na neve até quase o quadril. 

Apesar de cansativo, todo o lance com a neve foi bem divertido. Apreciamos a vista que se tem da cidade de Ushuaia dali mesmo e resolvemos descer, pois ainda queríamos tentar esquiar.

Na base do Glaciar Martial, há uma pista de esqui para iniciantes e locamos equipamentos de ski e snowboard para praticar um pouco, ou pelo menos tentar. 

Filho com snowboard, eu e marido com ski. Eles logo pegaram o jeito. Já eu...um capítulo a parte.  

Eu achei o tal do ski muito, mas muito difícil. Caía igual um saco de batatas... não conseguia parar quando pegava embalo... quando enfim conseguia chegar no final da pista, não tinha força suficiente para pegar o lift de volta ao topo... Minha Nossa Senhora Aparecida!! Na metade do tempo, já toda ralada, resolvi parar com a brincadeira antes de me machucar pra valer.

Numa próxima vez, só se for com algumas aulas particulares antes. Fiquei assistindo os meninos ficarem cada vez mais craques, mas como o teleférico não estava funcionando, eles tiveram que ficar na pista de iniciantes mesmo.  

A subida ao Glaciar Martial

Gabriel já muito à vontade no Snowboard

Depois da visita ao Glaciar Martial, buscamos nossas malas no apartamento, devolvemos o carro no aeroporto e às 16:05, embarcamos no avião rumo à El Calafate.

El Calafate é uma pequena cidade, muito simpática e muito limpa. É bem mais plana do que Ushuaia, mas também é mais espalhada. É recomendável ficar mais próximo do centro, que fica na Rua Libertador San Martin, para evitar caminhadas muito longas.

Em El Calafate ficamos em um Apart Hotel chamado Altos de La Costanera e adoramos. O apartamento tinha cozinha equipada, sala de estar, varanda com churrasqueira de frente para o Lago Argentino, serviços de arrumação de quarto, troca de toalhas e lavagem de louça todos os dias. Ainda de brinde, um lindo pet labrador, companheiro de jantar.

Vista da sacada do nosso apart hotel e a espera do nosso mais novo amigo pelo jantar

Não ficava muito longe do centro, dava para ir a pé tranquilamente. Achamos que pela localização, tinha um excelente custo-benefício. Fica próximo de um supermercado e de uma panificadora. 

Chegamos em El Calafate por volta das 18h e pegamos um transfer do aeroporto para a cidade. Depois do check-in feito, fomos até o centro para comprar os passeios para os dois dias seguintes, demos uma reconhecida pelo centro e por fim, passamos no mercado para abastecer nossa despensa e mochilas com guloseimas para o próximo dia.

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Trenó puxado por huskies siberianos - Ushuaia - Dia 4 - Argentina

Dia 4 - 2 de Setembro

A neve deu uma trégua e decidimos locar um veículo, pois queríamos ter a liberdade de conhecer outros centros invernais no nosso ritmo. Não que a agência Brasileiros em Ushuaia não nos tenha atendido satisfatoriamente. Muito pelo contrário. Como contei aqui e aqui, os passeios contratados pela agência foram muito bons. Mas a liberdade é bem maior quando se faz os passeios por conta própria. 

Todos os centros invernais e também o Cerro Castor, que é a estação de esqui mais austral das Américas, ficam na Ruta 3, um muito próximo ao outro. 

Locamos o carro pela Álamo e seguimos primeiro para o Centro Invernal Valle dos Lobos. Ficamos bem desapontados, pois não havia turistas por lá. O local estava bem abandonado e mal cuidado. Os cães estavam com um cheiro horrível. Não nos sentimos bem no local e por isso, resolvemos seguir adiante. 

Fomos até o Centro Invernal Haruwen, que também estava abandonado. Esperamos algum tempo por lá, ninguém nos atendeu e resolvemos ir embora. 

Passamos pelo Cerro Castor, que mesmo em Setembro, ainda estava a pleno vapor. O Cerro Castor tem a temporada mais longa para a prática de esportes de neve, que vai até Outubro. Havia adultos e crianças esquinado por lá. Os teleféricos estavam todos funcionando, assim como os restaurantes e as lojas para locação de equipamentos para esportes de neve, todos abertos.  

Não sabíamos esquiar e ainda queríamos fazer o passeio com o trenó de cachorros nesse dia. Assim, passeamos um pouco pela base do Cerro Castor e resolvemos nos programar para subir o Glaciar Martial para esquiar na pista de iniciantes, no dia seguinte. 

Base do Cerro Castor
Na volta, acabamos parando no Centro Invernal Tierra Mayor para almoçar e descobrimos que eles possuem um esquibunda bem legal. Eles também oferecem passeio com trenó de cachorros, e  escolhemos este centro invernal para experimentar. 

O passeio com trenó de cachorros é legal, mas muito rápido (não sei se dá 10 minutos). Os cães estavam animados para dar uma saída e disputamos até uma corrida de trenó com outro casal que estava por lá. Foi bem divertido e é surpreendente ver a força que os cães tem, mas confesso que achei o passeio caro para aquilo a que se destina. Passeio legal, mas bem turista, daqueles que se faz uma vez na vida para saber como é. 

Os cães não colaboraram para tirar um foto bonita. A preocupação era rolar pela neve...

Preparados para a largada da corrida de trenó
Depois, locamos uma prancha e passamos um tempão nos divertindo no esquibunda. 

Pranchas de esquibunda

De volta à Ushuaia, ainda aproveitamos o restante da tardezinha para conhecer um pouco da cidade. 

Paramos na Laguna Negra, uma loja de chocolates bem famosa e que fica na rua central. Toda vez que se compra algum passeio, te oferecem um chocolate quente grátis nessa loja, que também funciona como uma cafeteria. Trocamos nossos cupons de chocolate quente gratuitos e compramos uma tortinha deliciosa chamada Brownie Bombom, um dos melhores doces que já comi na vida. 
Chocolate quente com Brownie Bombom

Passeamos de carro por toda a cidade e no fim do dia, acabamos parando em uma pista artificial para patinação no gelo ao ar livre, onde nosso filho se divertiu durante um bom tempo. 

Antes de voltar ao nosso apartamento, passamos pela Pizzeria Dieguito´s, que é um restaurante simples e que vende empanadas argentinas quentinhas. Eu havia lido que as empanadas  com 20 tipos de recheio são as melhores da cidade e realmente são deliciosas. Além das empanadas, eles vendem outros pratos típicos, mas não chegamos a experimentar. 

Deliciosas empanadas argentinas do Dieguito´s

domingo, 19 de agosto de 2018

Aventuras na neve - Ushuaia - Dia 3 - Argentina

Dia 3 - 1 de Setembro

O dia amanheceu lindo, com céu azul e vento gelado. A van da agência Brasileiros em Ushuaia nos buscou bem cedo no nosso apartamento e nos levou até o Centro Invernal Las Cotorras, junto com outros brasileiros.

O Centro Invernal Las Cotorras fica a uns 25km de Ushuaia e tinha muita neve acumulada. Foi um passeio mega divertido, acompanhado por um animado guia o tempo todo. 


O passeio que compramos começava com uma caminhada com raquetes de neve. Passava por uma planície branca de neve no Centro Invernal Las Cotorras, até chegar dentro de um bosque, sempre acompanhado por um experiente guia que conduzia o grupo com segurança. O passeio tem aproximadamente 1 hora de duração e é delicioso, embora caminhar com as raquetes de neve seja um pouco cansativo. Durante a caminhada, teve muita paisagem bonita e muita diversão.



Planície coberta de neve
Experiência divertida


Depois nos deram uma espécie de pranchas e fomos levados para um pequeno barranco, onde nos acabamos de tanto fazer esquibunda. Foi muito divertido, tanto para crianças como para adultos.
Esquibunda para todas as idades
No passeio, ainda estava incluído uma volta com as motos de neve. Foi a parte mais aguardada do dia. Cada moto de neve leva duas pessoas. Meu filho, foi junto com o guia que deixou ele dirigir em alguns momentos do passeio.

Acreditávamos que poderíamos andar por onde quisessemos com as motos, mas não é bem assim. É formado uma fila indiana com todas as motos, controlada pela velocidade da primeira moto, que é a do guia. Durante o passeio, algumas motos propositalmente iam se distanciando muito da moto que seguia na frente, para que pudessem pegar embalo e andar mais rápido pelo trecho vazio que se formava. Quando o guia percebeu, parou o passeio e passou um sermão, dizendo que para a segurança do grupo, isso não era permitido.

Para mim o passeio foi legal, mas os homens do grupo estavam um pouco frustrados, pois estavam esperando muito mais velocidade e emoção. Coisas de homem... 😂

Guia ensinando nosso filho a dirigir a moto de neve
Motos de neve saindo em fila indiana
O La Cotorras também tem uma criação de huskies siberianos, aqueles cachorros que puxam trenós de neve. Esse passeio é pago a parte e estava bem caro. Optamos por não fazê-lo pois havíamos visto outros valores mais razoáveis em outros centros invernais, que ainda queríamos conhecer.

Mas pudemos interagir com todos os cães, que são muito fofos e dóceis. Cada um tem uma casinha no meio da neve e lá eles ficam acorrentados. Percebemos que são muito bem tratados e quando enxergam o trenó de neve se posicionando para o passeio com os turistas, começam a latir e uivar, pois querem ser escolhidos para puxar os trenós. É inacreditável, mas eles parecem ficar super felizes com essa tarefa.

Filhotinhos de huskie siberiano recém nascidos
As casinhas dos cães quase somem no meio da neve
Alegres huskies siberianos... são uma fofura e adoram interagir com as visitas 

No próprio Centro Invernal Las Cotorras, eles servem almoço, que no nosso caso estava incluído quando compramos o pacote Aventura e Neve. Confesso que não estávamos esperando muita coisa, mas foi excelente. Diria até que foi a melhor refeição da viagem toda. Saladas e acompanhamentos são servidos em um buffet e o cordeiro patagônico assado é trazido à mesa, com batatas. O cordeiro estava divino, de comer rezando. Para entreter o público, um gaúcho cantava canções típicas.

De sobremesa, nos serviram um delicioso sorvete de calafate. E por fim, ainda nos mostraram como é feito o café montanhês, quase uma cerimônia em volta de uma grande lareira no centro do restaurante. O tal café montanhês leva conhaque, uísque e canela em sua preparação. Bem forte para meu gosto, daquelas bebidas que aquecem o corpo num dia gelado.

Delicioso cordeiro patagônico
Sorvete de Calafate
Café montanhês preparado perto da lareira

Para finalizar, antes de voltar para Ushuaia, uma simples guerrinha de neve entre nossa família, transformou-se em uma super guerra de neve entre todos os integrantes do grupo de brasileiros que estavam na mesma excursão. 

Guerrinha de neve para terminar o dia

Mais divertido impossível!! Voltamos exaustos para casa. 

sábado, 18 de agosto de 2018

Passeio Trem do Fim do Mundo e navegação pelo Canal Beagle - Ushuaia - Dia 2 - Argentina

Dia 2 - 31 de Agosto

Ás 9h, a van da agência Brasileiros em Ushuaia passou no nosso apartamento para nos buscar e nos levar até o Parque Nacional Tierra del Fuego, para o passeio no Trem do Fim do Mundo. 



Ainda bem que não locamos um carro, pois tinha nevado muito durante a noite toda e a estrada estava cheia de neve. 


Durante o trajeto, um guia muito simpático da agência contou toda a história da região, curiosidades sobre a fauna, flora, costumes, comidas. 

O trem do fim do mundo é um passeio de aproximadamente 1 hora de duração. Durante os 7km que o trem percorre beirando o Rio Pupo, uma gravação vai narrando a história dos presidiários que o trem levava para trabalhar na extração de madeira, para lenha e construção. Uma das línguas da narração inclusive é o português. É um passeio muito bonito, paisagens lindas e com metros de neve acumulada do inverno. O trem para em alguns mirantes, onde pode-se descer e tirar fotos. 

Trajeto percorrido pelo Trem do fim do mundo
Imagem: http://www.trendelfindelmundo.com.ar/pt/recorrido.html 
Embarcando no Trem do fim do mundo
Vagões com calefação e janelas panorâmicas

Paisagem com muita neve
No final da linha do trem, a van da agência já estava à nossa espera e seguimos até o Lago Roca. O lago tem águas bem cristalinas e puras. Tão puras que o guia disse que poderíamos tomar dessa água. O lago é todo circundado pela Cordilheira dos Andes, que deixa a paisagem maravilhosa. 

Lago Roca 

Depois, fomos pela Ruta 3 até o ponto onde estrada termina. É o ponto final da estrada que começa no Alaska e que termina em Ushuaia. Neste ponto, existe uma passarela que leva até a Bahia Lapataia, com uma linda vista para o mar. 

Bahia Lapataia
Na volta, a van nos deixou no centro, compramos algumas empanadas argentinas para comer e já embarcamos no barco para fazer o tour pelo Canal de Beagle. Compramos os ingressos diretamente pela empresa Canoeiro, no porto mesmo. O dia estava lindo, céu azul e o passeio foi muito bonito. 

Vimos cormorões, leões marinhos, desembarcamos para uma exploração rápida em uma pequena ilha e fomos até o farol Les Eclaireurs. 

Cormorões
Exploração pela ilha
Farol Les Eclaireurs
O mar estava bastante agitado, mas nos sentimos muito bem durante todo o passeio. Dentro do barco tem calefação, mas do lado de fora, venta muito. Aliás, quando decidimos ir para Ushuaia, compramos nossas roupas e botas de neve na Decathlon por um bom preço e não passamos frio. 

Existem lojas que locam roupas de neve em Ushuaia, mas achamos que o preço não valia a pena. 

O frio é suportável, mas o vento da Patagônia é daqueles que derruba pessoas andando nas calçadas. Na época em que fomos, usamos uma camada de segunda pele, calça jeans ou calça impermeável, blusa fleece e jaqueta impermeável apropriada para neve por cima. Uma boa jaqueta é suficiente, não é necessário levar malas cheias de roupas. Por lá, a regra é conforto e não beleza (nem na hora de sair para jantar, pode acreditar). 

Nos pés, duas meias e botas impermeáveis. Nem pense em fazer os passeios de tênis ou sapatos comuns. Além de molhar, seus pés irão congelar. Gorro, cachecol e luvas são imprescindíveis. 

Frio e muito vento na Patagônia
Na volta do passeio de barco pelo Canal Beagle, passamos mais uma vez na agência Brasileiros em Ushuaia, para comprar um passeio chamado Aventura e Neve, para o próximo dia.

Fomos jantar no Restaurante La Estância. Foi sugerido por várias pessoas que moram em Ushuaia como o melhor lugar para comer uma parrillada. O local é simples e estava cheio. Come-se à vontade, porém, achamos o buffet bem fraco. As carnes estavam macias, mas não fantásticas. O cordeiro estava seco. Achamos caro pela qualidade oferecida. 

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Neve em Ushuaia - Dia 1 - Argentina

O blog do Felipe O Pequeno Viajante sempre foi uma inspiração para nós. Além das viagens e fotos incríveis, admiro a paciência que a Cláudia e o marido tem com o Felipe, levando-o junto em cada viagem desde que era bebê. 

Nós tivemos coragem de viajar ao exterior com nossos filhos só depois que eles já eram maiores e uma das nossas primeiras viagens, totalmente inspirada no blog Felipe Pequeno Viajante foi para a Patagônia. Quando voltamos fiquei tão agradecida com as dicas da Cláudia, que acabei escrevendo um relato, que foi publicado lá no blog dela. 

Desde aquela época, já gostava de escrever e agora que tenho meu próprio blog, resolvi reescrever um pouco dessa viagem inesquecível, para deixá-la registrada por aqui também. 

Eu sempre fui fascinada por Ushuaia, a cidade mais ao sul das Américas. O professor de Geografia na escola falava muito sobre a cidade do fim do mundo e eu ficava imaginando que deveria ser uma cidade sombria, fria e escura, rsrsr... O interesse aumentou ainda mais depois que meus pais foram para a Patagônia e voltaram de lá contando mil maravilhas. Pelo jeito afinal, a cidade não tinha nada de escura e sombria... somente fria. 

Pesquisamos muito e adaptamos nosso roteiro em cima do roteiro de viagem da Cláudia, que nos pareceu perfeito. Decidimos ir no final de Agosto para pegar a temporada de neve e levar nosso filho de 10 anos junto. Seria uma primeira experiência de viagem em família e saiu tudo perfeito!

Compramos uma passagem aérea com os seguintes trechos:
- Curitiba para Ushuaia, com escala em Buenos Aires
- Ushuaia para El Calafate
- El Calafate para Curitiba, com escala em Buenos Aires

As escalas em Buenos Aires foram mais demoradas e tivemos que dormir lá tanto na ida como na volta. Aproveitamos para jantar no Porto Madero e para trocar nossos reais por pesos. O câmbio foi feito com a Boston Cash, que foram super atenciosos, nos atenderam no nosso hotel em Buenos Aires, no sábado à noite. 

Depois percebemos que deveríamos ter trocado todo o dinheiro necessário em Buenos Aires, pois a cotação em Ushuaia e El Calafate eram bem pior.

Dia 1 - 30 de Agosto

Chegamos em Ushuaia por volta do meio-dia e pegamos um taxi que nos levou até o apartamento que alugamos pelo Airbnb e que ficava a umas quatro quadras do centro. 

Ushuaia é uma cidade portuária que fica na província da Terra do Fogo e é conhecida como a cidade do fim do mundo. Cidade fria por sua localização, mas repleta de lindas paisagens patagônicas. O que não sabíamos, é que Ushuaia fica no pé de uma cadeia de montanhas e por isso tem ladeiras para todos os lados. Pessoalmente a subida íngreme para chegar ao apartamento não nos causou problemas, mas se estiver com crianças pequenas ou idosos, a dica é fica mais próximo do centro, onde a região é mais plana. 

Pequena amostra da ladeiras da cidade... apenas uma amostra, porque quanto mais longe do centro, mais íngreme fica. 

Depois de devidamente instalados, fomos ao centro para contratar os passeios pela agência Brasileiros em Ushuaia. Como não estávamos acostumados a dirigir na neve, achamos que não seria uma boa ideia locar um carro por conta própria para fazer os passeios. 

Almoçamos no Restaurante Tante Sara, que fica na rua principal e é bem aconchegante. Fomos muito bem atendidos e comemos maravilhosamente bem. Os dois pratos na foto abaixo foram suficientes para nós 3. 

Almoço delicioso 

Neste mesmo dia, ainda visitamos o Museu do Presídio, que é bem interessante e conta a história da cidade, que foi inicialmente fundada como uma colônia penal, para abrigar os criminosos da Argentina. O museu também dá uma noção bem legal sobre os primeiros habitantes da Patagônia e como viviam. Vale muito a pena conhecer.

Parte externa do Museu do Presídio
Estava nevando bem fraco, mas mesmo assim fomos passeando a pé pela cidade. Conforme o dia ia passando, a nevasca aumentava e parávamos pelas praças para jogar bolinhas de neve uns nos outros. Quanta diversão para o primeiro dia, afinal de contas, era a primeira vez que nosso filho via neve na vida. 

Placa do fim do mundo - parada famosa na cidade
A neve já estava cobrindo o chão da cidade de branco quando retornamos para o aconchego do nosso pequeno apartamento de noite. Quartos super aquecidos pela calefação que precisa ficar ligada o dia todo. Até estranhamos quando o dono nos falou que não podíamos desligar a calefação a gás. Mas depois descobrimos que o gás natural na Argentina é subsidiado pelo Governo e chega nas casas custando muito pouco, representando um gasto de alguns centavos por mês. Muito bom, já que as temperaturas por lá são congelantes durante o inverno e não passam de 10ºC no verão.

Nevasca em Ushuaia

Para ler o post original e completo no Blog Felipe o Pequeno Viajante, acesse este link.


quinta-feira, 16 de agosto de 2018

De Banff para Osoyoos e Kelowna - Canadá - 10º dia e último dia

O plano para nosso 10º dia no Canadá, era visitar o Emerald Lake no Yoho National Park e fazer um piquenique por lá. Depois seguiríamos para Revelstoke, parando no Giant Cedars Boardwalk. Dormiríamos "for free" no Revelstoke Super Save Gas Frontier Family Restaurant - Endereço: 122 N Highway 23, em Revelstoke. Assim, no último dia, teríamos menos de 200km para percorrer e para devolver o motorhome em Kelowna.

O problema, é que deu tudo errado. São Pedro resolveu mandar uma tempestade que destruiu uma ponte em Revelstocke e por isso, a estrada até lá estava interditada. Ninguém passava e não nos restava outra alternativa a não ser um desvio com 400km a mais de estrada, via Creston, para chegar a Kelowna.

Como se não bastasse, o 10º dia em Banff amanheceu fechado e deixamos o Banff National  Park debaixo de uma chuva torrencial. Não conseguimos nem descer do motorhome para aproveitar algumas paradas pelo Caminho. Sem dúvida, um dia muito frustrante para todos nós. Dirigimos mais de 700km sem parar, pois precisávamos chegar o mais próximo possível de Kelowna, para devolver o motorhome no dia seguinte.



A estrada era relativamente sem graça por todo trecho. Também pudera... depois de ver tantas paisagens bonitas pelo Canadá, nossos olhos já não se satisfaziam mais com qualquer montanha ou qualquer lago.  


No final do dia, chegamos até Osoyoos, uma pequena cidade com 5.000 habitantes situada na beira do Osoyoos Lake. Lugar pacato quase na fronteira com os Estados Unidos. Estávamos exaustos pela longa distância e começamos a procurar um lugar para pernoitar. Achamos o Walton´s Lakefront Resort, um camping que ficava em frente ao Osoyoos Lake e tinha até uma pequena praia privada. 

Walton´s Lakefront Resort

Osoyoos Lake
Achamos a recepção super diferente. Quando chegamos, já não havia mais ninguém cuidando do lugar. Mas havia uma placa informando quais vagas estavam disponíveis, caso a gente desejasse fazer check-in sem reserva. Simplesmente seguimos a orientação descrita na placa, procuramos uma vaga livre e estacionamos nosso motorhome para a pernoite. Imaginem se algo assim iria funcionar no Brasil?

Orientações do Walton´s Lakefront Resort, por escrito
O local era muito bem cuidado e muito limpo. Aproveitamos nossa última noite no motorhome para organizar as malas, fazer uma limpeza básica no motorhome, verificar os vouchers dos vôos de retorno. Também percorremos um tanto da pequena cidade de Osoyoos a pé, mas já era quase noite e não havia mais nada aberto. Ficamos imaginando que o lugar deve fervilhar de turistas em busca de atividades aquáticas no verão.

Última noite no motorhome

Nosso último dia começou cedo. Passamos pela recepção para pagar pela pernoite e dirigimos 150km até chegar a Kelowna. Nunca se sabe os problemas que podemos encontrar na estrada e não queríamos correr riscos. 

Mas a viagem até Kelowna foi tranquila e ainda deu tempo para fazer umas últimas compras e terminar nossa jornada pelo Canadá passeando pelo Kelowna City Park. Este parque público fica na beira do Lago Okanagan e tem uma imensa praia de areia, gramado, parque aquático, playground, área para piquenique, pista de skate, pista de atletismo, uma marina e muitos restaurantes em volta. Como era domingo, havia muitas famílias passeando pelo parque e aproveitando a sua estrutura. 

Kelowna City Park
 

Devolvemos nosso motorhome no Kelowna RV Rentals às 17h em ponto. Foi estranho nos despedirmos da nossa casinha ambulante, mas era hora de deixar esse país maravilhoso e tão acolhedor. Ficou aquela vontade de voltar mais uma vez, de aproveitar melhor os lugares fantásticos pelos quais passamos. Ficou até uma vontade de morar nesse país, que acolhe todas as etnias desse mundo sem discriminação. Estávamos prontos para voltar ao Brasil, pois nosso vôo já estava à nossa espera. 

Canadá, esperamos revê-lo em breve.